[CRÍTICA] Mulher Maravilha 1984 não é grande, mas acerta mensagem
A espera para assistir Mulher Maravilha 1984 foi enorme. O filme que era para estrear em maio deste ano, teve que ser adiado várias vezes por conta da pandemia...
Compartilhe: Cassiano J. Meneses
Publicado em 17/12/2020 - 17h54
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A espera para assistir Mulher Maravilha 1984 foi enorme. O filme que era para estrear em maio deste ano, teve que ser adiado várias vezes por conta da pandemia da covid-19. Parecia que só veríamos a nova produção da DC no ano de 2021. Mas finalmente a Warner Bros. conseguiu lançar o longa-metragem mundialmente nos cinemas e na HBO Max.
MM84 começa no passado, mas não estamos falando dos anos 80, e sim da época na qual a Princesa Diana era somente uma criança na ilha Themyscira. Apesar da pouca idade e tamanho, a versão mirim da personagem-título já demonstrava ser muito poderosa, como fica nítido em uma competição atlética que ela participa contra adultos. Porém, após burlar as regras da prova, ela mostra que ainda não tem a maturidade necessária para ser uma amazona de verdade.
Depois uma rápida passagem pela infância da protagonista, o filme vai para o presente da trama, que se passa em 1984. A Mulher Maravilha é apresentada como uma justiceira desconhecida que está combatendo o crime na capital dos Estados Unidos, Washington, D.C.
Apesar de ter passado cerca de quase 70 anos desde os acontecimentos do primeiro filme, a princesa guerreira ainda é presa ao passado e apaixonada pelo seu falecido namorado Steve Trevor, o ex-piloto da Força Área Americana.
Diana agora concilia seus deveres de super-heroína com o seu trabalho de antropóloga, que possui enquanto civil disfarçada num tipo de Museu Nacional dos EUA. Lá, ela conhece uma nova colega de trabalho, a arqueóloga Barbara Ann Minerva, que vira uma amiga em muito tempo de solidão.
Após a chegada de uma pedra antiga, Diana e Barbara passam a estudar o artefato que supostamente poderia realizar desejos. O empresário e homem da TV Maxwell Lord, que acredita nessa lenda, também está de olho na pedra e vai até o trabalho das duas para tentar pegar o objeto para si. A partir daí, o filme se desenvolve.
O filme é problemático
Com o passar da história, as falhas do roteiro são bem expostas. E vemos que a trama é um amontoado de clichês confusos, sem profundidade e sem piadas boas.
Mulher Maravilha 1984 é demasiadamente longo e tem pouquíssima ação. A direção de Patty Jenkins é conservadora em todos os sentidos. Tanto técnico, como ideológico.
Ela abusa de cenas com efeitos especiais que parecem serem tirados de filmes dos anos 80, que acabam virando um misto de homenagem barata com imagens que não correspondem ao peso de uma super produção atual de Hollywood.
A cineasta também mostra pouca diversidade entre as amazonas e com os interesses amorosos de Diana. Há um padrão de beleza vigente em MM84 que se resume à modelos e modelas brancos. A história até tenta criticar esses padrões cultuados pela sociedade, mas só enfatiza que o filme também colabora com essa ideia.
Os vilões de Mulher Maravilha novamente são fracos. Pedro Pascal não consegue tirar o seu personagem Maxwell Lord da caricatura do roteiro e não entretém em cena. Kristen Wiig começa bem como a simpática e pouco popular Barbara Ann Minerva, mas no decorrer de seu arco para virar a Mulher-Leopardo (a Cheetah), a atriz não consegue se encaixar com a mudança de Barbara. O resultado final dela é desastroso, principalmente devido ao péssimo CGI, à la Cats, que a versão definitiva da vilã é feita.
Nossa querida Gal Gadot, que brilha na obra de 2017, fracassa em MM84 ao tentar demonstrar sentimentos que ela não sabe expressar. Dessa vez, nem o seu carisma a salvou. É difícil ter que dizer isso, mas tanto Gal quanto a Mulher Maravilha precisam de uma nova diretora que saiba aproveitar o melhor de cada uma.
Nem mesmo o compositor consagrado Hans Zimmer conseguiu se destacar. O músico parecia estar no modo automático e entregou uma trilha-sonora simples demais.
Mas nem tudo são críticas.
O primeiro ato encanta. As cenas na Ilha Paraíso, a primeira aparição da super-heroína na nova história e a forma como é retratado a Diana vivendo sozinha num mundo mais moderno são tocantes.
O ator Chris Pine é o ponto alto nas atuações. Se no filme anterior, nos divertimos com a Diana tentando se encaixar em um novo lugar completamente diferente do seu, agora a graça é ver um homem do início do século 20 se surpreendendo com as novidades da década de 80.
A palhetas de cores criada pela fotografia, direção de arte, efeitos especiais, e figurinos é de brilhar os olhos. É uma boa retratação daqueles anos coloridamente bonitos.
O filme também faz belas referências ao Superman de Christopher Reeves e à Mulher Maravilha de Lynda Carter que vai agradar os dcnautas mais velhos.
Veredito
Mulher Maravilha 1984 foca nos desejos dos personagens e no quanto pode ser perigoso termos tudo o que queremos. Entretanto, o longa falha ao não entregar nada de novo. Ao menos, é um filme esperançoso para se assistir nos sombrios dias atuais. Para quem está procurando espairecer a mente e passar um tempo com a família, pode ser uma boa pedida.
Nota: 6,5/10