[CRÍTICA] The Batman é o melhor filme de origem do Homem-Morcego
Inicialmente, o filme The Batman pertenceria ao DCEU e seria dirigido e estrelado por Ben Affleck. Porém, por conta de problemas pessoais e devido à péssima experiência nas filmagens de...
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Inicialmente, o filme The Batman pertenceria ao DCEU e seria dirigido e estrelado por Ben Affleck. Porém, por conta de problemas pessoais e devido à péssima experiência nas filmagens de Liga da Justiça, Affleck desistiu de comandar o novo longa do Batman. Com isso, a Warner Bros. decidiu ir atrás do célebre diretor Matt Reeves (Planeta dos Macacos: O Confronto).
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Mas Reeves não topou de cara dirigir The Batman. O cineasta não gostou da ideia de pegar um projeto já pronto; todo roteirizado. Ele queria fazer algo do zero, e tornar o filme algo pessoal para ele. Depois de meses de conversas, a WB acabou aceitando a reivindicação de Matt Reeves. Assim, com Ben Affleck ainda no papel principal, foi acertado que Reeves iria escrever e dirigir The Batman.
Porém, depois de um tempo, Affleck decidiu sair de vez do filme, o que fez com que o estúdio desse carta branca para que Reeves fizesse uma nova história do Batman, sem que ela precisasse ter ligação com o Universo Estendido DC (a franquia da Liga da Justiça). Daí então surge a concepção do novo Cavaleiro das Trevas dos cinemas.
TRAMA
“Da Warner Bros. Pictures chega ‘The Batman’ de Matt Reeves, estrelado por Robert Pattinson no papel duplo de vigilante detetive de Gotham City e o seu alter ego, o bilionário recluso Bruce Wayne. Dois anos nas ruas como o Batman (Robert Pattinson), causando medo nos corações dos criminosos, levou Bruce Wayne para as sombras de Gotham. Com apenas alguns aliados de confiança – Alfred Pennyworth (Andy Serkis) e o tenente James Gordon (Jeffrey Wright) – entre a rede corrupta de figuras importantes e funcionários da cidade, o vigilante solitário se tornou a personificação da vingança entre seus concidadãos.
Quando um assassino atinge a elite de Gotham com intenções sádicas e pistas enigmáticas, O Maior Detetive do Mundo é enviado nessa investigação sobre o submundo, onde ele encontra personagens como Selina Kyle/Mulher-Gato (Zoë Kravitz), Oswald Cobblepot/Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e Edward Nashton/Charada (Paul Dano). Conforme as evidências começam a chegar mais perto de casa e a escala dos planos do perpetrador se torna clara, Batman deve forjar novos relacionamentos, desmascarar o culpado e fazer justiça ao abuso de poder e à corrupção que há muito tempo assola Gotham City.
QUADRINHOS
The Batman de Matt Reeves é inspirado nas HQs Batman: Ano Um, Batman: O Longo Dia das Bruxas, e Batman: Ego. Cada uma dessas histórias mostra facetas diferentes do Batman e de Gotham City que são exploradas no filme.
Assim como Batman: Ano Um, vemos no longa um Batman que está começando e que tem uma certa imaturidade. Embora o Cruzado Encapuzado de Robert Pattinson está em seu “Ano Dois”, o vigilante ainda está tentando descobrir o seu verdadeiro papel no combate ao crime.
A HQ tem semelhanças mais fortes com os personagens James Gordon e Selina Kyle. Nela, o policial ainda é um Tenente e a Mulher-Gato trabalha em uma boate e tem uma amiga/colega de quarto a quem projete. Temos ainda o mafioso Carmine Falcone mostrando quem é que manda na cidade.
Batman: O Longo Dia das Bruxas é certamente o quadrinho que mais inspirou The Batman. Ambos começam no Halloween (Dia das Bruxas), com o Batman se mostrando muito mais como um detetive do que como um super-herói e investigando serial killers.
Até achar o assassino em série, o caminho do Cavaleiro das Trevas se cruza com vários grandes vilões da cidade do crime, como novamente Carmine Falcone e Mulher-Gato.
Por fim, mas não menos importante, o longa também é baseado em Batman: Ego. Diferente das duas anteriores HQs, essa não é muito conhecida pelos fãs. Na história, Bruce Wayne trava um grande duelo interno com o Batman. Após algumas tragédias, Bruce decide deixar de usar o manto do Morcego. Contudo, o seu alter-ego se personifica como um espírito aterrorizante e passa a confrontar seu lado civil.
Esse conto explora bem a psique do Batman, o que igualmente acontece no filme de Matt Reeves. Vemos nas duas histórias que o herói de Gotham é tão louco quanto os seus inimigos. Mas o que diferencia o Homem-Morcego dos criminosos dessa cidade é a sua luta por justiça e o seu código de não matar.
DIREÇÃO E ROTEIRO
Já houve vários bons filmes do Batman no passado. Entretanto, nenhum desses longas até então conseguiu equilibrar bem os quadrinhos e o mundo real. As obras de Tim Burton falam muito com o lado fantástico do herói, mas é impensável vê-las como histórias que poderiam ser reais.
A trilogia de Christopher Nolan é puramente focada no realismo. Não são bem filmes do Batman, são longas que fazem parte do Nolanverso. O personagem do Leonardo DiCaprio de A Origem poderia tranquilamente aparecer na franquia desse Cavaleiro das Trevas sem que parecesse algo forçado.
O Batman do Zack Snyder, vivido por Ben Affleck, conversa bem com os quadrinhos, mas coloca o vigilante como uma espécie de deus, assim como aconteceu com a Liga da Justiça.
Mas The Batman de Matt Reeves foge a regra. A direção de Reeves consegue a proeza de captar o espírito das histórias originais do Homem-Morcego e o insere na contemporaneidade. Com 15 minutos de filme você já imagina que será uma grande adaptação do Batman por conta do tom, da trilha, da ambientação.
Dane-se se você não gosta de super-heróis, o longa é também um baita suspense investigativo e um belo filme neo-noir, que parece beber bastante da filmografia de David Fincher, especialmente dos filmes Zodíaco e Seven. O vilão Charada (Paul Dano), inclusive, é inspirado no Assassino do Zodíaco.
O roteiro de Reeves e de Peter Craig não é de se encher os olhos, tem alguns pequenos clichês, mas no geral funciona bem em ser um instrumento de condução para a direção e adaptando as três HQs em que se baseia.
ATORES E PERSONAGENS
Não há nada do que reclamar do elenco de The Batman, pelo contrário, há várias performances no longa que serão louvadas por muito tempo.
Não será a primeira vez que alguém vai ganhar um Oscar atuando como Batman, como alguns pensam. O Homem-Morcego de Robert Pattinson quase não tira a sua máscara e vemos muito pouco de Bruce Wayne. Mas definitivamente essa é a melhor encarnação dramaticamente falando do Batman nos cinemas. O Batinson é muito expressivo e traz uma profundidade que nenhum outro ator conseguiu colocar no papel.
Zoë Kravitz nasceu para ser a Mulher-Gato. Se a Warner tinha planos de colocar Selina Kyle no DCEU, pode desistir. Não é preciso ver mais nenhuma outra Mulher-Gato em live-action se não for a Zoë.
Colin Farrell rouba a cena como o Pinguim, apesar do pouco tempo de tela. Mesmo com o quilo de maquiagem usado pelo ator, essa é talvez a única atuação do filme que pode disputar prêmios relevantes no ano que vem.
Charada de Paul Dano não chega a ser um Coringa de Heath Ledger, mas está ali próximo de outros bons vilões do Batman na telona, como o Bane de Tom Hardy ou o Espantalho de Cillian Murphy.
O Mordomo Alfred de Andy Serkis não brilha, mas não fez feio quando está em cena. Já o Tenente James Gordon de Jeffrey Wright é maravilhoso. Imponente, engraçado, carismático… É fácil entender porque ele terá o seu próprio spin-off HBO Max.
O longa ainda tem um sétimo protagonista, que é John Turturro, intérprete do mafioso Carmine Falcone. Assim como nos quadrinhos, seu personagem parece ter saído de um capítulo de O Poderoso Chefão. O experiente ator está muito bem no papel de chefão da máfia de Gotham.
OUTROS DESTAQUES
Caso o filme tenha força até o Oscar de 2023, é provável que The Batman ganhe indicações para Melhor Fotografia, Melhor Som e talvez Melhor Edição, além, claro de Melhor Filme e Melhor Maquiagem e Penteado.
VEREDITO
Foi muito acertado a escolha de Reeves de não começar uma nova franquia do Batman contando o início das aventuras do personagem-título. Todo mundo já conhece essa história. Ainda assim, o longa conta, por outra perspectiva, a origem da lenda do Batman. O Homem-Morcego de Robert Pattinson não virou um herói quando passou a usar capa e capuz, isso só acontece no fim de The Batman, quando ele percebe que o Batman deve ser um símbolo de justiça e esperança, e não de vingança e terror.
Outro acerto do longa foi em não colocar um grande vilão na trama. E não, o Charada não é a principal ameaça de The Batman. Na verdade, os grandes vilões da histórias são os vários criminosos e corruptos de Gotham City. Essa abordagem lembra qualquer metrópole do nosso mundo, onde na maioria das vezes os bandidos são criações dos homens de bem.
Em suma, o longa é uma obra-prima, mas só não é perfeito pois as suas três horas de duração acabam sendo longas. Meia-hora a menos teria melhorado o seu resultado final. No entanto, esses trinta minutos é uma oportunidade a mais para apreciar um filme de super-herói de extrema qualidade que pouco se vê nos dias de hoje.
Em termos de melhores filmes do Batman, The Batman só perde ou empata com o Batman: O Cavaleiro das Trevas. A adaptação do Nolan também não é perfeita, mas possui um dos maiores vilões dos cinemas. Por outro lado, The Batman tem o melhor Batman em live-action.
Nota: 9/10
[obs. Não contamos os maiores spoilers do filme]
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Batman (título nacional da obra) estreia em 3 de março nos cinemas brasileiros. Antes disso, o filme terá em 1º de março a sua pré-estreia no Brasil, que já tem ingressos a venda na Ingresso.com.
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