O ano de 2021 provou que Snyder é melhor sem interferências do estúdio

LEIA TAMBÉM

O famigerado Snyder Cut e Exército dos Mortos estão trazendo ótimos resultados para as suas respectivas plataformas de streaming, provando que o segredo de um bom filme de Zack Snyder é deixar Zack Snyder fazer o maldito filme. Em uma circunstância peculiar, o diretor se viu lançando dois filmes importantes no espaço de dois meses em 2021.

O filme de zumbis cheio de ação apresenta uma Las Vegas tomada por mortos-vivos após um incidente na Área 51. Embora a infecção esteja contida, Dave Bautista e seus amigos entram novamente em conflito contra as criaturas para roubar milhões de dólares do cofre de um cassino.

Pouco antes do novo sucesso da Netflix, Snyder era o assunto no mundo dos super-heróis, graças ao tão esperado lançamento do Snyder Cut do filme da Liga. A versão restaurada e aprimorada do filme da equipe atingiu um status quase mítico quando os fãs obtiveram sucesso após a longa campanha #ReleaseTheSnyderCut.

Tanto a Liga da Justiça de Zack Snyder quanto o Exército dos Mortos falam muito sobre a liberdade artística do cineasta. O nome de Snyder não esteve apenas na cadeira de diretor, pois ele escreveu, esteve no comando da direção de arte e também produziu seu próprio longa.

Até muito recentemente, essa liberdade esteve longe do diretor, levando a algumas rixas feias com um grande estúdio de cinema. Se o primeiro semestre de 2021 provou alguma coisa, entretanto, é que os filmes de Snyder realmente são melhores quando o cineasta consegue fazer o que gostaria.

A história de Zack Snyder com a interferência do estúdio

A história das lutas entre algum estúdio e o diretor começa com Sucker Punch, no qual Zack afirma ter sido alterado pela Warner Bros. para que se tornasse mais comercial. Um “Snyder Cut” de Sucker Punch realmente existe, e é improvável que seja pior do que a versão lançada nos cinemas, visto que a própria versão estendida do filme obteve um resultado melhor.

Em seu primeiro filme baseado nas HQs da DC, Zack Snyder adaptou uma das histórias em quadrinhos mais aclamadas de todos os tempos. Watchmen já estava em desenvolvimento há muito tempo antes de Snyder assumir a direção.

O corte lançado nos cinemas teve uma aceitação mista, com muitos sugerindo que Snyder era fiel aos quadrinhos em estilo, mas não em substância. A versão do diretor restabeleceu aspectos dos quadrinhos que haviam sido cortados e a maioria das pessoas viram isso como uma grande melhoria. O filme conta não só com uma, mas duas versões estendidas.

A primeira delas, batizada de “Corte Definitivo”, conta com 24 minutos de cenas extras, como a bela montagem do destino cruel do Coruja original. Já o “Ultimate Cut” traz incluso a animação “Contos do Cargueiro Negro”, que conta com a dublagem de Gerard Butler.

Snyder enfrentaria problemas semelhantes depois de ingressar no DCEU. O Homem de Aço provou-se divisivo devido ao seu tom sombrio e final violento, mas, por todas as contas, esta foi a decisão de Snyder. Logo depois, Batman vs Superman: A Origem da Justiça foi massacrado pelos críticos e teve um desempenho abaixo das expectativas nas bilheterias.

O segundo filme do DCEU sofreu com o peso de estabelecer um universo compartilhado. No entando, o ”Snyder Cut” de BvS (Edição Definitiva) se saiu muito melhor, mostrando mais uma vez que o trabalho do diretor foi melhor servido sem a interferência do estúdio.

E então o desastre da Liga da Justiça aconteceu. Após a saída de Snyder da pós-produção, Joss Whedon foi contratado para completar o filme, mas as extensas refilmagens o alteraram completamente, criando um longa muito diferente do que o diretor original pretendia.

Como a ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’ e ‘Exército dos Mortos’ são melhores

Sucker Punch e Batman vs Superman já servem como prova de que a interferência do estúdio Snyder raramente compensa, mas 2021 demonstrou precisamente o que Zack pode fazer quando tem total controle criativo. Liga da Justiça de Zack Snyder é o filme que deveríamos ter visto em 2017.

Tonalmente consistente, visualmente emocionante e mais abrangente com seus personagens (o que era de se esperar com uma duração de 4 horas), o corte de Snyder melhora cada aspecto em relação ao lançamento nos cinemas, e a atualização foi refletida nas avaliações críticas e na reação dos fãs.

Enquanto a Liga da Justiça estreou com um suspiro coletivo, o Snyder Cut foi uma celebração no mundo todo, recebendo muitos mais elogios e inspirando os fãs a pedirem, agora, pela restauração do Snyderverso. Com Exército dos Mortos, Zack Snyder exerce o controle criativo mais uma vez, mas desta vez começando do zero, ao invés de consertar um filme que todos odiavam.

O novo filme de zumbis da Netflix está entre os melhores do diretor. As críticas estão predominantemente positivas, e Exército dos Mortos está recebendo o tratamento de um grande blockbuster, apesar do lançamento em streaming. Todas as marcas de Snyder estão lá – talento visual impressionante, ação exagerada sem vergonha e violência não adulterada e irrestrita.

O possível futuro de Zack Snyder

Zack Snyder é um dos poucos cineastas que receberam uma versão de diretor por meio de uma campanha de fãs, mas a própria interferência do estúdio é uma história tão antiga quanto o tempo. No modelo tradicional de Hollywood, os cineastas geralmente precisam dos estúdios mais do que qualquer estúdio precisa de um cineasta específico.

Afinal, é a Warner, a Paramount, a Disney, etc. que está gastando muito dinheiro para fazer o filme, e isso significa que os diretores muitas vezes têm pouca escolha a não ser sorrir e suportar quaisquer mudanças que os executivos do estúdio possam exigir.

Essa dinâmica mudou graças ao aumento dos serviços de streaming, e da Netflix em particular. Essas empresas têm o dinheiro, mas não têm a reputação, a história e a influência cinematográfica dos grandes estúdios de Hollywood.

Então, para atrair nomes do calibre de Snyder, empresas como a Netflix estão mais inclinadas a oferecer controle criativo total do que, digamos, a Warner Bros. O modelo de distribuição de streaming é inerentemente mais adequado para assumir riscos criativos, focado em manter um fluxo constante de novo conteúdo, em vez de depender de um punhado de sustentáculos anuais.

Embora ainda seja raro, relativamente falando, os cineastas estão cada vez mais migrando dos grandes estúdios para o streaming por meio de acordos de exclusividade. David Fincher, por exemplo, está atualmente em um contrato de vários anos com a Netflix, trabalhando em Mank e Love, Death & Robots.

Alguns relatórios sugerem que Snyder tem negócios semelhantes na mesa da Netflix e do HBO Max. Se a liberdade criativa é sua prioridade e com Exército dos Mortos se tornando um grande sucesso, Snyder pode ser tentado a optar por uma parceria mais frutífera no reino dos streamings. E quem poderia culpá-lo?

Com Snyder construindo um novo lar na Netflix, os fãs ao menos podem esperar vê-lo reter mais controle criativo sobre seus projetos futuros, mesmo que não seja no mundo dos super-heróis.

Créditos: Screenrant

Mas e você, gostaria que o diretor voltasse para dirigir novas sequências de Liga da Justiça – Snyder Cut? Não esqueça de comentar!

Fique por dentro do Legado da DC e saiba tudo sobre o universo DCnauta.

LEIA MAIS!

• Tag #RestoretheSnyderVerse bate 1 Milhão de tweets mundialmente
• Zack Snyder: ”A Warner Bros. tem sido agressivamente anti-Snyder”
• Produtora de Christopher Nolan pede pela restauração do ‘SnyderVerso’