Adão Negro não deve ser lançado na China
A este ponto, uma estreia de Adão Negro na China é totalmente improvável, e isso pode prejudicar seriamente sua bilheteria; saiba o motivo.
O The Hollywood Reporter publicou uma matéria onde considera ser improvável os lançamentos de Adão Negro e Pantera Negra: Wakanda para Sempre na China.
E isso está afetando a bilheteria dos dois filmes de super-herói. Porém, Adão Negro pode ser ainda mais prejudicado do que o concorrente da Marvel.
Até antes da pandemia, longas de quadrinhos costumavam ter boas bilheterias na China. Os da Marvel principalmente, mas alguns da DC também arrecadaram números similares aos da rival, como Batman vs Superman, Mulher-Maravilha, Liga da Justiça e, principalmente, Aquaman, que faturou US$ 300 milhões no mercado chinês.
Além disso, Dwayne Johnson era bastante querido no país, de modo que filmes como Arranha-Céu: Coragem Sem Limites e Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw foram bem sucedidos por lá.
Assim, muito provavelmente Adão Negro faria bons números na China graças a presença de Johnson e o fato do público local gostar de filmes de heróis repletos de ação e fantasia. Porém, desde que as salas chinesas começaram a reabrir após a crise do coronavírus, os censores ficaram mais restritos com quais filmes americanos recebem permissão para estrear por lá (no caso da DC, Mulher-Maravilha 1984 e Batman até conseguiram abrir no país, mas foram recebidos com bilheterias ínfimas).
É uma situação que prejudica os estúdios hollywoodianos e também os exibidores chineses, que viram a venda total de ingressos neste ano cair 35% em comparação com 2021. Um executivo de uma grande cadeia de cinemas do país disse ao THR que sua empresa “parou de ter esperanças” na chegada do longa estrelado por Johnson ao país.
Quanto a Adão Negro, ele realmente precisaria de uma boa performance na China para alcançar números mais aceitáveis para a Warner Bros. Discovery: seus pouco mais de US$ 350 milhões global até o momento são muito pouco frente a seu caríssimo custo de produção de US$ 200 milhões.
Os motivos oficiais ou especulados na mídia ocidental para a China impedir a entrada de filmes de heróis são totalmente descabidos: entrevistas antigas do ator Simu Liu e da diretora Chloé Zhao criticando o governo local nos casos de Shang-Chi e Eternos, a batalha final ser na Estátua da Liberdade em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, a mera menção a relacionamentos do mesmo sexo em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e agora em Wakanda para Sempre e, no caso de Adão Negro, um post no Instagram de dois anos atrás do astro Pierce Brosnan (o Senhor Destino no longa) em que ele parabeniza o Dalai Lama por seu aniversário.
Mas o mais provável é que os órgãos do governo chinês simplesmente não querem ter os maiores blockbusters de um país rival competindo com o produto local e engordando empresas americanas.
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