Cena de The Last of Us foi inspirada em Watchmen de Zack Snyder?
A nova série da HBO usa um noticiário fictício para descrever seu 'apocalipse fúngico'. Watchmen usou a mesma técnica para apresentar o Dr. Manhattan.
Compartilhe: Diego Henrique
Publicado em 28/1/2023 - 20h00
The Last of Us adota uma forma de história alternativa para apresentar sua visão sobre o apocalipse zumbi. O programa da HBO começa com uma entrevista fictícia em 1968, na qual dois especialistas debatem as probabilidades de uma pandemia que acabe com a civilização.
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A cena combina perfeitamente com a abertura da adaptação cinematográfica de Watchmen, na qual uma versão fictícia do comentarista John McLaughlin discute o impacto global do Dr. Manhattan. A técnica é uma maneira inteligente de inserir uma exposição importante da trama sem parecer muito intrusiva.
Embora o filme de Zack Snyder a use para fins ligeiramente diferentes de The Last of Us, ela alcança os mesmos resultados. Um dos temas-chave de Watchmen é que a chegada de um ser verdadeiramente superpoderoso como o Dr. Manhattan teria repercussões abaladoras na política global.
A União Soviética, incapaz de conter a ameaça, se tornaria cada vez mais beligerante em resposta, tornando uma guerra nuclear mais provável. Sob o controle de um presidente corrupto como Richard Nixon, os Estados Unidos da América estariam mais inclinados a aproveitar essa vantagem.
O filme explica isso durante uma versão fictícia de The McLaughlin Group, um popular programa político dos anos 80. Nele, McLaughlin discute a possibilidade de uma guerra nuclear com Eleanor Clift e Pat Buchanan, que especulam se os soviéticos correriam o risco de serem aniquilados pelo Dr. Manhattan.
O Comediante é mostrado assistindo ao programa pouco antes de ser morto. Isso ajuda a disfarçar a exposição da trama, ao mesmo tempo em que revela o uso regular de figuras reais em sua versão alternativa da história. The Last of Us não está interessado em mostrar eventos históricos como Watchmen.
Contudo, a série precisou estabelecer as regras básicas para sua narrativa. O primeiro episódio apresentou um programa de entrevistas semelhante, este transmitido em 1968. Dois epidemiologistas discutem a possibilidade de uma pandemia global com a qual o mundo real se tornou familiarizado com a COVID-19.
Um deles opina que uma pandemia fúngica seria muito mais mortal do que uma bactéria ou vírus, pois a humanidade não descobriria uma cura. Ele afirma que os fungos atualmente não podem tolerar as altas temperaturas do corpo humano, mas isso poderia mudar com o tempo.
Ele defende que os fungos poderiam sofrer mutações por causa do aquecimento global. A cena funciona não apenas como uma exposição rápida e elegante, mas também como um prenúncio. Assim que o apocalipse começa na história do programa, o público já está preparado para entender as causas.
Watchmen fez essencialmente a mesma coisa, adicionando elementos no assassinato do Comediante para disfarçar a exposição, mas habilmente dando a qualquer um que não esteja familiarizado com a história tudo o que precisa saber sobre o Dr. Manhattan.
As transmissões de ambas as obras apresentam seus respectivos mundos de maneira muito eficiente. Apesar de suas diferenças específicas, as cenas ajudam o desenrolar das narrativas a irem direto ao ponto, sem deixar os novos espectadores lesados no processo.
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[Via: CBR]