Warner não precisa mais da DC? Em ano sem heróis, estúdio fatura US$ 1 bilhão em tempo recorde

Warner não precisa mais da DC? Em ano sem heróis, estúdio fatura US$ 1 bilhão em tempo recorde

Warner não precisa mais da DC? Em ano sem heróis, estúdio fatura US$ 1 bilhão em tempo recorde

Com ajuda mínima da DC, a Warner tornou-se o primeiro estúdio a faturar US$ 1 bilhão na bilheteria internacional em 2024, cruzando a marca em tempo recorde.

Warner não precisa mais da DC? Em ano sem heróis, estúdio fatura US$ 1 bilhão em tempo recorde
FLOPS DC REPARADOS POR BARBIE
Imagem: Reprodução | Divulgação
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As bilheterias de 2024 até o momento tem claramente um estúdio na liderança isolada: a Warner. O estúdio acaba de cruzar a marca de US$ 1 bilhão na bilheteria internacional segundo o Deadline, chegando lá em apenas 15 semanas, um tempo recorde para a empresa. E tudo isso praticamente sem a ajuda da DC.




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A estimativa do estúdio era de uma arrecadação de US$ 1,04 bilhão nos mercados internacionais até o dia 14 de abril. Desse total, US$ 411,8 milhões vem somente de seu maior sucesso do ano até agora, Duna: Parte 2. O épico sci-fi de Denis Villeneuve tem ao todo US$ 684 milhões na bilheteria global, somando seus rendimentos dentro e fora dos EUA/Canadá.

Outros US$ 279 milhões vem de outro sucesso recente da Warner: Godzilla e Kong: O Novo Império. Desse valor, mais de US$ 100 milhões vem da China, o que faz dos dois kaiju um raro longa hollywoodiano a cruzar tal marca no pós-pandemia – antes da crise, isso ocorria de maneira bem mais comum. Globalmente, Godzilla e Kong possui US$ 437 milhões, e olha que ele ainda precisa abrir no Oriente Médio e no Japão.


Afora esses dois hits, há também o musical Wonka, que estreou em dezembro de 2023 e faturou só neste ano US$ 164 milhões. Ao todo, o filme possui US$ 632 milhões na bilheteria global, sendo US$ 218 milhões nos EUA/Canadá e US$ 414 milhões fora.

O único longa da DC a contribuir com o ano bilionário da Warner é Aquaman 2: O Reino Perdido, com US$ 130 milhões. No total, o herói aquático arrecadou US$ 434 milhões (US$ 124 milhões nos EUA e US$ 310 milhões fora). Se por um lado tais números fazem dele a maior bilheteria da DC desde Batman (US$ 772 milhões em março de 2022), por outro ainda é bem abaixo do total bilionário do primeiro Aquaman, que estreou num período de bonança para filmes de HQs.


O fato é que durante quase um ano a Warner tem sido praticamente o único dentre os estúdios hollywoodianos que foi capaz de lançar blockbusters com números superlativos. Desde julho de 2023 para cá, somente quatro filmes foram capazes de faturar mais de US$ 600 milhões ao redor do globo, e três deles são da Warner: Barbie (US$ 1,44 bilhão, a maior arrecadação da história do estúdio), Wonka e Duna: Parte 2 – o outro é Oppenheimer (US$ 970 milhões), da Universal.

Se considerarmos o período do dia 1º de julho de 2023 a 14 de abril de 2024, veremos que apenas oito longas bateram sequer a casa dos US$ 400 milhões global. Destes, cinco são da Warner e dentre eles apenas um é da DC: Aquaman 2, que acompanha Barbie, Duna 2, Wonka e Godzilla e Kong. Dentre os outros, dois são da Universal (Oppenheimer e Kung Fu Panda 4, este último com US$ 455 milhões até o momento) e o outro é da Paramount (Missão: Impossível 7, com US$ 567 milhões, um valor decepcionante dado o altíssimo orçamento).


Vale lembrar que esta marca de US$ 400 milhões não era exatamente nenhum sinal de recorde no período áureo antes da pandemia. Entre o dia 1º de janeiro de 2019 até o mês de outubro do mesmo ano haviam sido 13 filmes hollywoodianos a faturarem mais de US$ 400 milhões, alguns deles somente no primeiro fim de semana (Vingadores: Ultimato, Capitã Marvel).

Porém, no contexto atual após a pandemia e a greve dos roteiristas e atores que paralisou as produções de muitos longas no ano passado, os hábitos dos cinéfilos atualmente são muito diferentes. Super-heróis não atraem automaticamente bilheterias gigantescas como no passado.

O público quer ir ao cinema, mas depois de ver o modelo de universos compartilhados de super-heróis ser levado ao limite pela Marvel Studios, o público está ansioso para experimentar novos tipos de blockbusters (vide Top Gun: Maverick, Barbie, Oppenheimer) ou mesmo dar chance à franquias antes relegadas a segundo plano (como Duna 2, cujo antecessor foi adorado pela crítica mas, por conta da pandemia e do lançamento simultâneo no streaming, fez números que em outro contexto seriam considerados decepcionantes; ou Godzilla e Kong – no mesmo ano de 2019, Godzilla II: Rei dos Monstros foi um grande fiasco).

Assim, a Warner emergiu como o único estúdio que, até o momento, tem sido capaz de entregar tais blockbusters que capturam a imaginação do público. Em outras palavras, graças à Barbie, Duna 2, Wonka e agora GxK, a empresa liderada pelo polêmico David Zaslav tem tido ótimo desempenho com cinema, exceto pelos filmes da DC.

Estes foram apenas uma fonte inesgotável de dor de cabeça. A Warner lançou cinco longas da DC entre outubro de 2022 e dezembro de 2023, e invariavelmente todos eles fracassaram. Adão Negro falhou em trazer novo interesse ao DCEU, Shazam! Fúria dos Deuses matou uma franquia promissora, The Flash e Besouro Azul não empolgaram e Aquaman 2 faturou 62% a menos que o primeiro e isso com um custo de produção maior.

Como consequência, por um lado a pressão sobre os ombros de James Gunn fica menor. Afinal, já que a Warner não depende dos filmes da DC (certamente não no nível que a Disney depende da Marvel), então ele pode trabalhar com calma e focar em entregar o melhor produto possível, sem toda a pressão que caiu sobre Zack Snyder na época do DCEU, em que a Warner estava desesperada para ter seus próprios Vingadores.

Por outro, essa trégua pode ser temporária, uma vez que é muito mais difícil criar um novo Barbie ao passo em que a DC tem décadas de histórias para inspirar os cineastas. Como vem sendo discutido na mídia desde que o longa estrelado por Margot Robbie estava quebrando recordes, o sucesso de Barbie não indica que o público automaticamente está interessado em filmes sobre brinquedos.

Há um motivo pelo qual a Disney deixou de apostar em originais (seja os bem sucedidos, como Piratas do Caribe, ou fracassados, como O Aprendiz de Feiticeiro) e voltou sua atenção para a Marvel Studios na década passada: é uma franquia conhecida, o que protege o estúdio de possíveis flops.

Enfim, se esses últimos meses tem sido de poucos longas de quadrinhos nos cinemas, nos próximos voltaremos ao “normal”: o segundo semestre de 2024 trará as estreias dos aguardados Deadpool & Wolverine e Coringa: Delírio a Dois, e no ano que vem haverá a estreia do aguardado DCU. Talvez com esses longas as adaptações de HQs da Marvel e da DC possam voltar ao topo da cadeia alimentar de Hollywood.

Mas enquanto isso não acontece, a competição com outros tipos de filmes que não envolvem super-heróis e super-vilões fica cada vez mais dura.

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